quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Fernando Pessoa

Agora que já conhecem um pouco mais do poeta Fernando Pessoa e do seu desdobramento de personalidade, podemos ver alguns exemplos da aplicação da sua obra. Assim como outros poetas portugueses tiveram o seu eco na cultura brasileira - o inverso também acontece e essa relação de reciprocidade também existe entre os restantes países de expressão lusófona. Vimos Camões cantado pelo grupo rock brasileiro dos anos 80/90 Legião Urbana, aqui, apresento-vos uma versão cantada por Maria Bethânia. Já sei que estamos aqui para falar de cultura portuguesa, mas porque não acrescentar informações sobre o Brasil - não são irmãos os dois países? Maria Bethânia é outro dos grandes nomes da MPB - Música popular Brasileira e irmã de Caetano Veloso que muitos conhecem e que vimos aqui no blog a cantar Amália Rodrigues. 
Esta cantora lançou, em 1997, o CD "Imitação da Vida" - gravado ao vivo em São Paulo - onde canta, entre outras canções inspiradas em poemas de Pessoa e não só, a canção "Mensagem", uma fusão entre o poema "Todas as cartas de amor são ridículas" de Álvaro de Campos, Heterónimo de Pessoa e a canção "Mensagem" composta por Aldo Cabral e Cícero Nunes, compositores brasileiros, nos anos 40. 
Quando o carteiro chegou e o meu nome gritou
Com uma carta na mão
Ah! De surpresa, tão rude,
Nem sei como pude chegar ao portão
Lendo o envelope bonito,
O seu sobrescrito eu reconheci
A mesma caligrafia que me disse um dia
"Estou farto de ti"
Porém não tive coragem de abrir a mensagem
Porque, na incerteza, eu meditava
Dizia: "será de alegria, será de tristeza?"
Quanta verdade tristonha
Ou mentira risonha uma carta nos traz
E assim pensando, rasguei sua carta e queimei
Para não sofrer mais

Todas as cartas de amor são ridículas,
Não seriam cartas de amor, se não fossem ridículas
Também escrevi, no meu tempo, cartas de amor como as outras, ridículas
As cartas de amor, se há amor, têm de ser ridículas
Quem me dera o tempo em que eu escrevia, sem dar por isso, cartas de amor ridículas
Afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas

Porém não tive coragem de abrir a mensagem
Porque, na incerteza, eu meditava
Dizia: "será de alegria, será de tristeza?"
Quanta verdade tristonha
Ou mentira risonha uma carta nos traz
E assim pensando, rasguei sua carta e queimei
Para não sofrer mais

Quanto a mim o amor passou
Eu só lhe peço que não faça como gente vulgar
E não me volte a cara quando passa por si
Nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor
Fiquemos um perante o outro
Como dois conhecidos desde a infância
Que se amaram um pouco quando meninos
Embora na vida adulta sigam outras afeições
Conserva-nos, escaninho da alma, a memória de seu amor antigo e inútil

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Como sabem, F. Pessoa, o próprio, ou seja, hortónimo, publicou, em vida, apenas uma obra integral: "Mensagem" - na qual retoma a glória portuguesa de antanho e o poder marítimo desse povo na altura dos descobrimentos. Aqui surge outro dos poemas mais bonitos, não só de Pessoa mas da cultura portuguesa: "Mar Português". Um clássico, um poema que reflecte com alma o sofrimento do povo na altura dos descobrimentos. Uma vez mais terei de propor uma versão brasileira da adaptação musical. Para que vocês vejam a importância de Pessoa na vastidão da lusofonia.

Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Se quiserem informações sobre o Bojador, é só clicar no nome "Bojador", no poema.

Não consegui identificar quem era o cantor brasileiro que propões esta versão mas pareceu-me bastante interessante, nomeadamente, a exposição fotográfica com belíssimas paisagens portuguesas.
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Concluamos esta reflexão pessoana com um monstro, um gigante: o gigante Adamastor ou seja, O Monstrengo:

O monstrengo que está no fim do mar,
Na noite de breu ergueu-se a voar ;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse “Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?”
E o homem do leme, disse tremendo,
“El-Rei D. João Segundo!”

“De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?”
Disse o monstrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
“Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?”
E o homem do leme tremeu, e disse,
“El-Rei D. João Segundo!”

Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes,
“Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu ;
E mais que o monstrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!”

Na simbologia do vocabulário português, encontramos, pois, as duas palavras: Monstrengo e Gigante, associadas a dois dos maiores poetas de Portugal, respectivamente, Pessoa e Camões. Cliquem nos nomes para conhecer essa relação e a sua respectiva simbologia!

Terminemos pois recordando que já tínhamos visto outro poema de Pessoa na voz de uma cantora, também ela digna de menção: O Cavaleiro Monge cantado por Mariza.

Bom, já sabem, deixem algum comentário por aqui, ok? E não hesitem em levar para o Glossário do curso vocabulário novo. Abraços!

40 comentários:

  1. Nunca tive lido a poesia de Fernando Pessoa. Gostei das obras escolhidas. Eu acho que aceitaré a tua recomendação! Obrigada

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  2. Naõ gosta nada da poesia, além disso não li nada de Pessoa, mas no exercicio que estou a fazer, començo a olhar para a poesia de outra maneira.
    Concordo com todos os que dizem que Pessoa é uns dos mais grandes escritores de Portugal, sem duvida que é, aliás de uma grande pessoa como o denotam os seus escritos "eu sei que não sou nada e que talvez nunca tenha tudo.Aparte isso, eu tenho em mim todos os sonhos do mundo" Muito bom.

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  3. Alexandre Rios Entenza

    Obrigado pelas informações sobre Fernando Pessoa. Verdadeiramente, a questão dos heterónimos é mesmo digna de reflexão!

    Fico, após ler estas notas acerca da sua vida e obra, com vontade de pegar na "Mensagem" e ler, devagar, alguns dos seus poemas. Confesso que, até este momento, o meu contacto com Pessoa tinha sido bastante tangencial: só alguns poemas soltos, aqui e acolá, a mítica foto ao pé do café "A Brasileira", no Chiado... E um fantástico romance do José "Saramagão", que li precisamente durante os três meses em que morei em Lisboa: "O ano da morte de Ricardo Reis". Já agora, um dos meus livros preferidos do Saramago!

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  4. Bonito que Caetano Veloso, tomando versos de Pessoa "Minha patria é minha lingua", cantase palavras tao lindas e atuales sempre:
    "A língua é minha Pátria / E eu não tenho Pátria: tenho mátria / Eu quero frátria".

    Lindo que Pessoa e a poesia continuem na inspiraçao dos cantores e artistas deste mundo, por vezes, tao carente de lirica.

    Cumprimentos

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  5. CURIOSIDADES SOBRE FERNANDO PESSOA:
    Criado na África do Sul, o poeta português tinha no inglês a sua segunda língua. Seus primeiros poemas foram publicados em inglês. O primeiro livro em português só sairia uma década depois.

    Das quatro obras que Fernando Pessoa publicou em vida, três são em inglês.

    Além de poeta, Pessoa trabalhou como tradutor, jornalista, crítico literário, editor, publicitário e até inventor. Ele também arranjava tempo para exercer o ativismo político.

    Fernando Pessoa tinha o hábito de escrever sob diversos pseudônimos, cada um com um estilo e uma biografia próprios. Ente os pseudônimos adotado estão Ricardo Reis, Alberto Caieiro e Álvaro de Campos.

    A popularidade de Pessoa teve início após a sua morte. Pessoa morreu em 1 935, mas sua poesia só despertou o interesse do público a partir da década de 1 940. Seus poemas só foram traduzidos para outros idiomas depois de sua morte.

    O poeta era muito amigo de outros dois grandes nomes da poesia portuguesa: Almada Negreiros e Mário de Sá-Carneiro. A intensa correspondência com Sá-Carneiro, só foi interrompida com o suicídio do amigo.

    Coisa que Pessoa não conseguia ver era um lápis sem ponta. Antes de escrever, ele costumava apontá-los. Consta também que o grande poeta português também mantinha o hábito de escrever em pé.

    Ao chegar algumas horas atrasado em um encontro com o escritor português José Régio, o poeta declarou ser Álvaro de Campos e pediu perdão por Fernando Pessoa não poder comparecer ao encontro.

    Pessoa gostava bastante de astrologia. Ele tinha mania de fazer mapas astrais de amigos, parentes, conhecidos e até de personalidade históricas.

    Dizem que Fernando Pessoa foi o responsável pela introdução do planeta Plutão (recentemente rebaixado para a categoria dos planetas-anões) nos mapas astrológicos.

    Pessoa mantinha também um grande interesse pelo esoterismo, maçonaria e fraternidade Rosacruz. Admirava também o mago britânico Aleister Crowley.

    O maior desejo da poetisa brasileira Cecília Meireles durante visita a Portugal era conhecer Fernando Pessoa. O poeta, porém, não compareceu ao encontro e deixou Cecília na espera por quase duas horas. Ao voltar ao hotel, ela topou com um livro e uma carta de pessoa. Nele, o gênio português pedia desculpas por não ter ido ao encontro. O motivo? Os astros diziam que os dois não podiam se encontrar naquele dia.

    Fernando Pessoa morreu de cirrose hepática. Em seu atestado de óbito, no entanto, consta “obstrução intestinal” como causa da morte.

    Em 2 008, o o Bureau Internacional das Capitais da Cultura revelou ser Fernando Pessoa uma das 50 personalidades mais influentes da cultura europeia, ao lado de Da Vinci, Mozart e Einstein.

    Existe na cidade do Porto uma universidade chamada Fernando Pessoa, em homenagem a esse grande poeta da língua portuguesa.

    (http://www.maiscuriosidade.com.br)

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  6. O RETRATO POSSÍVEL
    Descrição física

    Era um homem magro, com uma figura esguia e franzina, media 1,73 m de altura. Tinha o tronco meio corcovado. Um andar desconjuntado e o passo rápido, embora irregular, identificavam a sua presença à distância. Vestia habitualmente fatos de tons escuros, cinzentos, pretos ou azuis, às vezes curtos. Usava também chapéu, vulgarmente amachucado, e um pouco tombado para o lado direito. O rosto era comprido e seco.

    Curiosidades
    Sabe-se, também, que Pessoa tinha algumas fobias: não suportava que lhe tirassem fotografias, não gostava de falar ao telefone e tinha terror às trovoadas.
    Sabe-se que coleccionava postais e que era filatelista. Para além de gostar de ler, e a sua biblioteca comprova os muitos livros que “devorou”, apreciava música clássica: Beethoven, Chopin, Mozart, Verdi e Wagner foram seguramente alguns dos seus compositores favoritos.

    Em Lisboa fica a casa Fernando Pessoa, a casa onde Fernando Pessoa morou nos últimos 15 anos da sua vida (1920-35), em Campo de Ourique, carismático bairro lisboeta, é hoje uma activa casa de cultura, onde se pode visitar o quarto do poeta, com a cómoda original sobre a qual, no chamado “dia triunfal”, Pessoa deu voz aos seus principais heterónimos. É um lugar que é interessante para visitar. Dispõe igualmente de um restaurante

    http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt/
    Frases:
    “Ser feliz é encontrar força no perdão, esperanças nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida.”
    Eu amo essa frase

    “Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É saber falar de si mesmo. É não ter medo dos próprios sentimentos”
    Esta é a minha frase favorita

    Outras frases..
    “Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão...”

    “Eu sei que não sou nada e que talvez nunca tenha tudo. Aparte isso, eu tenho em mim todos os sonhos do mundo.”


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  7. Encontrei uma notícia sobre a edição de uma banda desenhada que tem como protagonista a Fernando Pessoa o que demonstra, mais uma vez, que as grandes figuras da história, neste caso da literatura, continuam sempre atuais, apesar do tempo.

    http://www.rtp.pt/noticias/cultura/banda-desenhada-da-nova-vida-a-fernando-pessoa_v898124.

    No seguinte link podem ver uma reportagem sobre Pessoa da série "Grandes Portugueses". Muito interesante também!

    https://www.youtube.com/watch?v=4RJZsO5cDGc

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  8. Como curiosidade quero dizer, que em dezembro de 2015 a artista Maria Dias Coutinho aceitou o convite da Fundação Saramago e da Casa de Fernando Pessoa no âmbito da inicicativa "Os dias do desassossego". Buscou a inspiração no livro do "desassossego" de Pessoa, e levou a cabo uma pintura a pincel da palabra "desassossego"ao longo duma parede de 12 metros na rua de Alecrim , em lisboa.
    O grafite é fantástico!!

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  9. Para mim o que mais chamou atenção são os heterónimos e a capacidade de escrever cada vez com um nome, um personajem, diferente. Uma curiosidade do autor é que os primeiros poemas forma pulicados em inglês porque foi criado na África do Sul, e foi depois quando a popularidade chegou após a morte em Portugal.

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  10. Encontrei essa interessante informação acerca de Pessoa e seus heterônimos.


    Quando falamos deste genioso artista, é necessário fazermos uma distinção entre todos os poemas que assinou com o seu verdadeiro nome - poesia ortônima e todos os outros, atribuídos a diferentes heterônimos, dentre os quais destacam-se Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.

    A questão da heteronímia resulta de características pessoais referentes à personalidade de Fernando Pessoa: o desdobramento do “eu”, a multiplicação de identidades e a sinceridade do fingimento, uma condição que patenteou sua criação literária e que deu origem ao poema Autopsicografia.

    O poeta é um fingidor.......

    No que se refere aos heterônimos, vejamos:

    Alberto Caeiro
    É uma poesia aparentemente simples, mas que na verdade esconde uma imensa complexidade filosófica, a qual aborda a questão da percepção do mundo e da tendência do homem em transformar aquilo que vê em símbolos, sendo incapaz de compreender o seu verdadeiro significado.
    Poema A Criança.

    A criança que pensa em fadas e acredita nas fadas..........

    Ricardo Reis
    O médico Ricardo Reis é o heterônimo “clássico” de Fernando Pessoa, pois observa-se em toda sua obra a influência dos clássicos gregos e latinos baseada na ideologia do “Carpe Diem”, diante da brevidade da vida e da necessidade de aproveitar o momento.
    Poema Anjos ou Deuses

    Anjos ou deuses, sempre nós tivemos......

    Álvaro de Campos
    Heterônimo futurista de Fernando Pessoa, também é conhecido pela expressão de uma angústia intensa, que sucedeu seu entusiasmo com as conquistas da modernidade.
    Na fase amargurada, o poeta escreveu longos poemas em que revela um grande desencanto existencial. Como podemos observar em Tabacaria .

    Não sou nada........

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  11. Falar de Pessoa é falar de Lisboa. Podem não saber que o poeta escreveu em 1925 um roteiro turístico de sua cidade natal:"Lisboa. O que o turista deve ver". É um passeio imaginário pelos principais museus, monumentos e ruas da capital portuguesa. Ele dá detalhes e conta parte da história de Lisboa. Há uma grande ironia no fato de Fernando Pessoa ter escrito um roteiro de viagem: o poeta não gostava de viajar, viajou muito pouco, salvo algumas idas e vindas a cidades vizinhas. Por outro lado, o fato de não viajar fez o escritor português manter uma relação muito íntima com sua própria cidade, que foi descrita por ele de forma bastante poética.

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  12. Sempre recordarei Autopsicografia como o poema que me llevou a conhecer a F. Pessoa.

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  13. Pesquisando na internet encontrei um Trabalho feito pela turma 12ºC da Escola Secundária Miguel Torga para a disciplina de Português. É muito curioso, vocês podem ter uma visão de olhos: https://www.youtube.com/watch?v=2VfwyuLoeVc

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  14. eu também não gosto da poesia mas é muito interessante ler ao Fernando Pessoa.Dolores

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    1. É verdade! Tem um algo que nos faz identificar-nos com ele!

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  15. CASA FERNANDO PESSOA
    A casa onde Fernando Pessoa morou nos últimos 15 anos da sua vida (1920-35), em Campo de Ourique, carismático bairro lisboeta, é hoje uma activa casa de cultura, onde se pode visitar o quarto do poeta, com a cómoda original sobre a qual, no chamado “dia triunfal”, Pessoa deu voz aos seus principais heterónimos.
    Objectos pessoais como a máquina de escrever, os óculos e blocos de apontamentos, entre outros, complementam o acervo da Casa Fernando Pessoa que alberga uma sala multimédia – o Sonhatório – e ainda a preciosa biblioteca particular do autor, digitalizada e disponível para consulta online.
    Neste universo polivalente realizam-se colóquios, espectáculos, debates e conferências sobre literatura, exposições e oficinas para o público infantil. Tem também serviço de visitas guiadas por marcação e uma biblioteca, especializada em poesia e em Fernando Pessoa, de livre acesso.
    Inaugurada em 1993, a Casa Fernando Pessoa foi concebida pela Câmara Municipal de Lisboa.

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    1. Não a conheço porque nem sempre a visita com a qual vou ou estou em Lisboa é a ideal para o efeito! Mas fica apontado...

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  16. Fernando Pessoa. “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”

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    1. Creio que aí reside o mistério da vida e a sua beleza, sem dúvida!

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  17. Entre os muitos "eus" de Fernando Pessoa existia uma mulher: María José . Con ele escreveu Carta da Corcunda ao Serralheiro
    Muito interesante é o seguinte artigo :
    http://lounge.obviousmag.org/a_razao_singular_do_segredo/2013/05/quando-fernando-pessoa-foi-mulher.html

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    1. Obrigado María! Tens sempre umas entradas e uns comentários muito interessantes!

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  18. Outras ocupações de Fernando Pessoa.

    Ainda que seja conhecido como um brilhante poeta, Pessoa também trabalhou como jornalista, tradutor, crítico literário, editor, publicitário e até inventor, mostrando o quão talentoso era.

    Sem dúvida foi um homem muito interessante.

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  19. Estou a ler un texto em prosa muito interesante mas nao miuto amável com Portugal:

    A população de Portugal encontra-se hoje dividida, psicologicamente, em cinco grupos distintos. O primeiro grupo, e o maior, que consiste na quase totalidade da nossa larga percentagem de analfabetos e em uma razoável parte do povo, e baixa burguesia, que não o é, apresenta os característicos distintivos do indivíduo português — a sua ausência de personalidade, a sua afectividade impulsiva e incoerente, a sua descontinuidade de vontade e de pensamento, e o seu amor pátrio animal e firme, pelo qual se congrega com facilidade em tomo do que constitua, ou julgue que constitui, a Nação.

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  20. Estou a ler un texto em prosa muito interesante mas nao miuto amável com Portugal:

    A população de Portugal encontra-se hoje dividida, psicologicamente, em cinco grupos distintos. O primeiro grupo, e o maior, que consiste na quase totalidade da nossa larga percentagem de analfabetos e em uma razoável parte do povo, e baixa burguesia, que não o é, apresenta os característicos distintivos do indivíduo português — a sua ausência de personalidade, a sua afectividade impulsiva e incoerente, a sua descontinuidade de vontade e de pensamento, e o seu amor pátrio animal e firme, pelo qual se congrega com facilidade em tomo do que constitua, ou julgue que constitui, a Nação.

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  21. Falar de Fernando Pessoa leva uma vida, a minha, por isso deixo o poema que fez que eu seja hoje professor de português. a ele devo tudo o que sou: Autopsicografia.


    AUTOPSICOGRAFIA

    O poeta é um fingidor

    Finge tão completamente

    Que chega a fingir que é dor

    A dor que deveras sente.

    E os que lêem o que escreve,

    Na dor lida sentem bem,

    Não as duas que ele teve,

    Mas só a que eles não têm.

    E assim nas calhas de roda

    Gira, a entreter a razão,

    Esse comboio de corda

    Que se chama coração.

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  22. Eu encontrei alguma curiosidade da pessoa que gostaria de compartilhar com você.
    Pessoa gostava muito de astrologia. Ele tinha a mania de fazer mapas astrais de amigos, parentes, conhecidos e até de personalidades históricas.
    O poeta também tinha um grande interesse por esoterismo, maçonaria e pela fraternidade Rosacruz. Era também um grande admirador do mago britânico Aleister Crowley.

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  23. Fernando Pessoa escreveu para mim sob o pseudónimo. Três de seus heterônimos são Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro.
    Em algumas ocasiões, ele foi chamado o homem das máscaras incomensuráveis.
    Eu fiquei com um poema de Alberto Caeiro intitulado Autopsicografía "El poeta é un fingidor".

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  24. Fernando Pessoa escreveu para mim sob o pseudónimo. Três de seus heterônimos são Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro.
    Em algumas ocasiões, ele foi chamado o homem das máscaras incomensuráveis.
    Eu fiquei com um poema de Alberto Caeiro intitulado Autopsicografía "El poeta é un fingidor".

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    Respostas
    1. Autopsicografia
      O poeta é um fingidor.
      Finge tão completamente
      Que chega a fingir que é dor
      A dor que deveras sente.

      E os que lêem o que escreve,
      Na dor lida sentem bem,
      Não as duas que ele teve,
      Mas só a que eles não têm.

      E assim nas calhas de roda
      Gira, a entreter a razão,
      Esse comboio de corda
      Que se chama coração.

      Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'

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  25. Não gosto de ler poesia mas este curso está a despertar em mim outra visão: misturar poesia e música é uma bou ideia.
    Penéloep Díaz

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  26. Quando ele morreu, em sua casa, mais de 27.500 documentos escritos foram encontrados. Alguns foram publicados, mas a maioria ainda não vê a luz.

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  27. Muito interesante as informações sobre Fernando Pessoa. Não tinha ideia dos heterónimos!

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  28. Eu gosto do poema Tabacaria. Interesante informaÇoes neste blog!

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  29. Para aqueles amantes de Pessoa, eles deveriam saber que no bairro do Chiado, na Lisboa, você encontrará uma das estátuas mais famosas do país: a do escritor português Fernando Pessoa

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  30. Também para os entusiastas de Pessoa, o tema "Canção", do álbum "Dar & Receber" do cantor e compositor português António Variações, tem letra de um poema de Fernando Pessoa.

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  31. É fantástica a mistura da Maria Bethania, a Mariza e o Fernando Pessoa... poderosas personagens, cada uma na sua linha...falando no escritor Fernando Pessoa, acho que é único na literatura universal e além de tudo, portugués!!!

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